Que chora sozinha, e sente calada.
Espera na janela, um sentir aflito.
Agüenta firme, percebe-se cansada.
Menina de cabeça dura,
Apoiada no parapeito...
Dividindo com a lua escura,
O desespero que não tem jeito.
Menina de corpo mole,
O coração não pára quando é dor é assim.
Reação imediata, toma num gole.
Dor de amor tem cura enfim...
Menina de olhos chorosos
Não se contente com esse moço...
Sai da janela, recolha os destroços,
Abra uma porta pro mundo novo.
Menina das unhas roídas
O sol também é companhia
Enxuga as lágrimas, cure as feridas...
Respire no vento, as alegrias.
Menina das pernas bambas
Sai pra vida, pule a janela.
Grita, canta, goza e dança.
Levante e apresente-se a ela.
Menina dos pés no chão
Acontece com a maioria
Dilacerado um coração
É morrer na melancolia.
Menina da alma adulta
Aceite ser mulher,
Santa, divina ou puta;
Paga-se caro ser o que é.
Menina do pensar romance...
Na janela nada acontece;
Se esperar que o amor a alcance
Terás o que merece.
Menina de vida esquecida;
O amor esqueceu de passar...
Se passou foi pela saída,
E como foi, também pode voltar.
Menina cheia de esperança,
Bem vinda ao mundo real.
Amor é feito criança,
Brinca, mas não faz mal...