Amor maior...


Não sei fazer mais nada.
Além de amor.
Não vou parar nem um segundo.
Vou fazer o mais profundo.

Nobreza, entrega e romantismo.
Empenho, afinco, e verdade.
Vou fazer um amor tão lindo.
Colorido, liberto e sem vaidade.

Vou fazer amor todos os dias.
Um pouco de cada vez.
Vou mesmo, vou fundo.
Vou fazer o maior amor do mundo.

O ingrediente é fecundo.
Recipiente é perfeito.
O maior amor do mundo...
É pra ser guardado no peito.

Nada de pretensas sentimentalidades.
No meu amor...
Toda a grandiosidade.
O querer intenso.
Nada de sentimento vagabundo.
Porque meu amor é imenso.
Vou fazer o maior amor do mundo.

Confissão.


Feliz demais.
Numa pétala azul.
Sorriso aberto.
Grito espalhado...

Feliz demais.
Num acorde perfeito.
Cerveja gelada.
Tonterias...

Feliz demais.
Na saia rodante.
Dança liberta.
Delírio...

Feliz demais.
No beijo verdade.
Coração repleto.
Paixão...

Feliz, em paz.
Num dia perfeito.
Noite próxima.
Porvir...

Feliz, sem mais.
Amanhã não sei.
Deixar rolar.

Allegria...

Mulher da vida!




Não adianta me adiantar...
Nem tente me atentar.
Não faça força pra me enforcar.
Não espera eu te esperar.

Tudo que eu posso te dar
É beijo, festa e olhar.
Papo reto,
Pouco tato e afeto.

É eu sou assim, boa de samba.
Tem ritmo até o fim.
Gravata e nozinho não são de agrado.
É corpo largado...
Alcançando o céu.
É grito de feira.
É pé descalço.

Não pensa em compensar,
Não enrola, que não vai rolar.
Não liga se eu não te ligar.
Não fique, aqui é o meu lugar!

Guarde seu jeito certinho
Seu machismo chatinho
Seu rico dinheirinho.
E saia já do meu caminho!


Imagem: Rico Oliveira

Os Barcos do Renato.

...
Estamos medindo forças desiguais.
São só palavras, texto, ensaio e cena.
A cada ato enceno a diferença.
Do que é amor ficou o seu retrato.
A peça que interpreto,um improviso insensato.
Essa saudade eu sei de cor...
Sei o caminho dos barcos.
E há muito estou alheio e quem me entende,
Recebe o resto exato e tão pequeno.
É dor, se há, tentava, já não tento;
E ao transformar em dor o que é vaidade;
E ao ter amor, se este é só orgulho,
Eu faço da mentira, liberdade;
E de qualquer quintal, faço cidade;
E insisto que é virtude o que é entulho;
Baldio é o meu terreno e meu alarde.
Eu vejo você se apaixonando outra vez.
Eu fico com a saudade e você com outro alguém.
E você diz que tudo terminou...
Quando qualquer um pode ver,
Que só terminou pra você!

Sorver, Ter...

Hoje eu tive desejos estranhos.
Queria estar na sua cama
Na sua vida
Na sua história.
Percebi, só queria sorvete!

Abri a geladeira e soprou um vento frio
Queria você ali naquele momento.
Te queria pra me proteger entende?
Fechei a geladeira, apagou, voltou a gelar...

Porta fechada não me faz pensar!

Congelado, compactado, imprensado e disfarçado!
Cubos de coração...
Numa fôrma tão igual.
Cansei de ser vários sabores.
Antes fosse ao natural.

Te queria pra esquentar, te queria pra chorar
Pra gritar a alegria e desafinar canções que eu não fiz pra você.
Queria uma geladeira velha, nossa!
Queria uma vida inteira, juntos!

Te queria de noite, cansado, amarrotado, suado e fervendo.
Te queria jogado, deitado, de lado, iluminado e querendo.
Te queria pra mim, dominado, apaixonado, namorado, me comendo!
Podia lamber, tal qual um sorvete!
No copo ou na casquinha?


Sua falta tá doendo.