aNO nOVO.

2007, pode chegar!
Pra você que eu amo,e pra mim que que quero amar mais e mais...
Um fim de ano mais que finalizador.
Um ponto final sim, mas um tanto reticente, pra que recomeçemos sempre!
Entre acertos e erros: vírgulas para separá-los.
Colchetes para guardá-los.
Chaves para trancá-los e parênteses para fechá-los para sempre!
No simbolismo, asteriscos em festas, cifrões para realizações e grandes feitos, e aspas para termos a palavra.
Exclamações de alegria ao recebermos amor, parágrafos para iniciarmos projetos, interrogações para não perdermos a humildade. Mais afeto, menos desperdício, divisão de bondade e mutiplicação de resultados positivos.
Amemos mais, a mentira não...
Mensuremos a vida,
A mente sã, Amendoim, Amenidades, a meninos e meninas,
Amemos, Amém!
Que o ponto final esteja ainda muito longe!
Não esqueçamos, o Sempre começa com maiúscula...
Dar atenção ao menor dá o maior dos trabalhos, aceitar as barras e contarbarras é processo inteligente.
É bom acertar a trave vez em quando.
Imprescindível é o erro que nos engrandece, ensina e se auto deleta!
Se precisar e quando precisar tens aqui um acento.
Onde a vontade é aguda de ser feliz!
Sê meu, que serei sua.

Luz & Fer...

Vem escuridão e me abraça,.
Vem acolher mais uma filha tua que clama por aconchego.
Em ti apenas encontro abrigo e cuidado.
Insisto, sempre teimo procurando a luz, a felicidade mesmo sabendo que posso não estar destinada a tê-las.
Eu tenho amigos que me fazem ver a claridade e me enchem de alegria...
Cobre-me com tuas teias lúgubres me despindo a última áura de esperança, e me acalanta ... Canta ao meu ouvido sobre as terras imortais e me leva contigo.
Mas deixe-os para sempre comigo, do pouco que lhe peço, este é o mais importante dos pedidos...
Aqui dentro é um bom lugar para cultivá-los, terra minha, domínio meu...
Não me arranque as sementes!

Hono_LULU.

" Adoraria significar tudo pra você, saber que sem mim você não viveria, ser sua concepção de paraíso...
Só não consigo dominar seu interesse, já fiz de tudo que estivesse ao meu alcance mas não existe o que lhe alce nesse transe, meus poderes não funcionam em você...
Queria mesmo é te fazer gozar, porque te acho assim, deslumbrante...
E enfim quando chegasse esse instante, eu gozaria também junto com você, mas você não tem olhos pra mim e pra mim também não dá ouvidos, muito menos o resto do teu corpo, que dirá então tua cabeça...
Eu gostaria de te ter em minhas mãos, te provocar uma certa insegurança, mesmo assim não haveria risco, não saberia fazer você sofrer.
Eu estou falando e você não está ouvindo, ou ouve e finge que não é nem contigo, e ainda me abre o maior sorriso e me diz: e aí, tudo bem?
Por que você não mela por mim?
Não rola no chão e baba por mim?
Não se masturba por mim?
Não me deseja enfim?
Não perde o sono, não perde a calma, não perde o controle e não sai da linha?..."

encontros...

É assim que deve ser...certo do seu jeito, errado desse jeito, dúvida, sujeito!!!Não tem tempo errado, não tem hora certa, tem a gente no mundo, indo e vindo e se esbarrando!consequência? coincidência? na falta, evidência!Nos vemos, nesta ou em qualquer outra esfera!O encontro já aconteceu...

literaburra!

O romantismo é démodé,
Ficou na história de quem sofreu...
Façamos o seguinte: um passo a frente
Um pouco mais rápido
Sim, é pra correr...


Ai, ai o que acontece com os românticos?
Não sabem que o tempo passa?
Os movimentos se regeneram,
Já chega dessa espera tola!


Chegamos nós, os realistas!

Construtivistas de nossa história,
Engenheiros das palavras.
Nada de vazão a sentimentos por favor!


E aí quando vêm os modernistas?
Esses caras são bacanas, mudam tudo!
Acham graça da desgraça, fazem piada com a sua condição...
Tem lá os o intimistas, sensíveis e tal.
Mas modernistas são espertos, tiveram três fases nesse jogo.
Aí é mole de aprender né?


Quero ver romântico construir realidade...


Atenção românticos! Seu tempo já passou
A vez é dos espertos.
De quem come coração humano, antropofagia!
Quem quer ser antropofágico?


Seu sofrer não altera nada, a máquina do tempo passa por cima de você!


Pessoal do realismo, hora de acordar irmãos!!!
A gente não tem razão nunca.
Quem é que sabe o real sentido dessa pista?
Os neoparnasianos são muito engraçados...
Eles prepararam anacronicamente o perfil voraz dos modernos...
Sabiam disso?


Então, um brinde aos modernos...
Áqueles que não se importam com os corações dos românticos,
Os que desconstroem as edificações realistas...
Sim, e uma Ode ao foda-se o mundo!


Eu sou mais eu, e quero que você se dane!
Sinto muito, mas o samba está animado e o que eu quero é sambar...

Que venham os genocidas literários...


Muito bem, muito bem!
Pro romantismo acabou o espaço.
Os realistas perderam seu tempo, estão fora da brincadeira.
Vamos agora ao bunda lelê pós moderno!


De segunda a sexta uma semana inteira de arte moderna...
Esconda seus 1922 sentimentos, só no domingo ponha-os no sol pra não mofar!


Nada de livros, papos inteligentes, profundidade.

O negócio é bate estaca, um pente e rala!

Pra ser moderno de verdade, aprenda a mentir mais ,
A ser raso, inexpressivo e sem sentido.
Aprenda uma outra poesia, descarte o que não é novo,  seja repelente ás tradições!


Tá quase ficando craque nisso heim?
Muito bom...


Quando a semana acabar, o moderninho que dê seu jeito!
Eu sei lá, o que fazer pra limpar as cagadas dessa raça.
Eu sou realista irmão, já não brinco mais de castelo de areia.
Eu sou da turma que constrói e concretiza poesia...

É... eu também me acho burra.

Prenúncio de uma despedida

Um... zerou!
Deu meia-noite, enfim o zero.
O fim de um início, recomeçar...
Onde vais?
Só não se perca!
Volte Sempre, aqui podes ter paz!
E leve minha lágrima confusa de orvalho e risos.
Um golpe, quiçá um coice.
Quem me dera... antes fosse!
Cortando como foice, lancinante o brilho da noite!
Foi-se...
E acabou-se o que era doce...
Meu amado partirá em breve!

Danda uma de Drummond!!!

Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata!
Fácil é ditar regras, difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.
Ou querer entender a resposta.
Muito mais fácil é ver o que queremos enxergar.
Tão difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
E é assim que eu não vou perder ninguém...
E é assim que vai ser pra sempre!

A grande farsa!

Tudo sem motivo,

Nada por acaso,

Sempre de repente,

Nunca o contentamento.

E lá se vão meus dias...

Maquiados, e um nariz de palhaço,

Divertindo os inimigos.

E tudo roda, e acontece.

Agora vamos lá!

Não tem jeito.

Bom dia, dia!!!

Sorri quando for chorar,

Chora se quiser magoar ,

Mate se estiver com sede!

Água pra variar...

Música pra sentir,

Sol pra iluminar,

Sono pra redimir,

A lua pra amparar.

É o grande momento,

A hora da verdade,

Enfim o veredicto.

Agüente mais um pouco.

Nem tão simples assim;

O firmamento está longe.

Continuemos a fingir,

E então... felicidade!

Menina aos pedaços.

Menina de coração partido,
Que chora sozinha, e sente calada.
Espera na janela, um sentir aflito.
Agüenta firme, percebe-se cansada.

Menina de cabeça dura,
Apoiada no parapeito...
Dividindo com a lua escura,
O desespero que não tem jeito.

Menina de corpo mole,
O coração não pára quando é dor é assim.
Reação imediata, toma num gole.
Dor de amor tem cura enfim...

Menina de olhos chorosos
Não se contente com esse moço...
Sai da janela, recolha os destroços,
Abra uma porta pro mundo novo.

Menina das unhas roídas
O sol também é companhia
Enxuga as lágrimas, cure as feridas...
Respire no vento, as alegrias.

Menina das pernas bambas

Sai pra vida, pule a janela.
Grita, canta, goza e dança.
Levante e apresente-se a ela.

Menina dos pés no chão
Acontece com a maioria
Dilacerado um coração
É morrer na melancolia.

Menina da alma adulta
Aceite ser mulher,
Santa, divina ou puta;
Paga-se caro ser o que é.

Menina do pensar romance...
Na janela nada acontece;
Se esperar que o amor a alcance
Terás o que merece.

Menina de vida esquecida;

O amor esqueceu de passar...
Se passou foi pela saída,
E como foi, também pode voltar.

Menina cheia de esperança,
Bem vinda ao mundo real.
Amor é feito criança,

Brinca, mas não faz mal...

Desenho de Mariana Antunes

Cama...



Dei vazão ao meu desejo,

Sucumbi ao teu chamado,

Quero dar-te muito mais.

Meu desejo é latente, me enrosco serpente,

No teu corpo, no teu falo e faz.

Te quero na boca, entre as pernas,

Sugar tua última gota, ver teu gozo explodir em festa.

Subo e desço no teu êxtase.

Me enlace num abraço, amanse minha fera.

Ata-me com correntes, abafe o grito,

Gemido de felina, libido de cadela.

E assim te quero na minha intimidade,

Liberta e libertina se me der vontade.

Quando me beija os seios, aguça-me, devaneio...

Um eriçar de pele, arrepio,

Desejo-te no meu meio...

saciando meu cio.

Me come, me morde,

Me invade, me rima.

Me assanha, me domina

Me pro - Mete enquanto pode.

Tua língua lenta é pura malícia,

Meu desejo aumenta a cada carícia,

Me alvoroça, me atormenta...

Delícia.

Obscena, despudorada, nua...

Jogada na cama, aberta, toda sua.

Refém do teu prazer, amarrada no teu olhar,

Me prende em tuas pernas, e prepara-te para entrar.

Dedos a brincar, a perceber o fluido quente...

Invadida, possuída, por teu crescente.

Delírio, ritimado, alucinante...

Devassada, respiração ofegante.

Tua força, teu domínio, teu suor...

Minha entrega, meu desespero, perdição,

Quão fundo tu me alcanças, mais e melhor...

Não resisto e mais um grito, satisfação.

Entra e sai, remeta-me.

Me sinta a pele macia, me toque mais uma vez,

Me diga sacanagens bonitas, me tome mais uma vez.

Me explore com a boca como sempre você fez.

Suas palavras, beijos e tudo mais uma vez...

Quando?

E de repente chega o fim...
Assim, sem nem um prenúncio.
Em que momento podemos perceber que estamos caminhando pro ponto final?
Não senti o cheiro do término.
Não entendi, e nem tenho mais tempo.
Tempo é coisa esquisita mesmo.
O fim nem sempre é sempre trágico.
Coisas boas acabam logo e previsivelmente.
A morte é previsível, mas aparece sorrateira vez em quando.
Coisa ruins são o fim.
Quem é capaz de perceber o exato momento em que fim do sentimento acontece?
Quem já percebeu o extinguir do amor?
Em qual fração de segundo perdemos o respeito?
Perdemos numa frase? Numa atitude? Num pensar repentino? Numa vontade súbita?
Acabou a vontade de seguir em frente, mas só notei isso agora.
Mudei o rumo, sou outra pessoa.
Nem me vi mutante...
Quando era, poderia ter feito de outro jeito.
Agora que sou, nem sei como fazer.
E vai acabar. E vai ser assim de repente. E eu já sei.
Mas quando? Pontuei.
Tenho que preparar o recomeço, posso começar na segunda.

12 de junho

É a celebração oficial do romance, pegar na mão...
Vinho, flores, lingerie e tesão.
Fotos, cartões, presentes, música de fundo...
Um dia perfeito, mas não pra todo mundo.

Ahhh se o amor fosse para todos! Quem dera todos vivendo seus romances,
Incrível seria ver o colorido desta sensação
Tomando a todos num só grito.

É assim que a roda gira, uns amam outros são amados,
Nem sempre há o encontro, mas é busca é freqüente.
Todos querem um amor maior, correspondido!
Ninguém quer ficar sozinho...
O medo da solidão nos faz pegar em mãos erradas
O desprendimento nos faz cair na teia.
Quando não se procura, o amor nos acha,
Quando não se está preparado, ele nos invade,
Quando não queremos envolver-nos, nos apegamos rápido.
Sempre nos pega de surpresa.
Como é bom conquistar...
Lembrar do aperto no peito, da primeira briga.
Lembrar do primeiro beijo, do tremer das pernas...
Lembrar da primeira vez, de como tudo começou...
É hora de celebrar, de sentir a grandeza do sentimento recíproco.
Não é tempo de pensar, é tempo de agir.
É querer amar e deixar sentir.
Expressar seu amor bonito, palavras e gestos.
Gritar ao mundo o que seu coração mandar.
Trocar fluidos, carícias, presentes...
Absorver o outro e libertá-lo.
Alcançar o cume é ser conquistado, é se perceber importante e vital.

Complexo Paradoxo Perfeito

Uma certeza, talvez esperança
Iminência, saltos e projeções.
Idéias soltas: AMARREM O PENSAMENTO!!!
E tudo sai num grito mudo.
Construções inatingíveis, perdidas num assopro.
No desamparo do porvir fincamos as convicções.
Uma incapacidade resoluta veste a capa do resultado eficiente.
Hora de acordar do sono utópico, da paz encontrada no foco central do caos.
Na vontade grandiosa nos perdemos...
No entendimento captamos a fuga do acreditar...
É assim que se vive,
Na confusão do organizado.
OUSADIA E SUBVERSÃO, fazem algum sentido
Quando a inteligência nos salva da pretensa morte lenta causada pela inércia ingênua.

Mágoas que sabem nadar...

Meus olhos: minha jangada.
Meu chorar: meu vendaval...
Lágrimas quão oceano.
Lavando a alma no frigir da enxurrada.
Vítima de mim mesma.
Olhos cegos, tudo some e me consome.
À margem, à espera, o despertar, um novo coração.
Sentimentos naufragados à deriva,
É o afogar das mágoas.
Tempestade no mar dos sonhos...
A embarcação fragilizada resiste,
Que venham os dias de risos ensolarados...

Falácias...

Desanda a falar, e como fala.
Fala bem, fala mal, fala besteira, fala verdade, fala palavrão.
Fala alto, fala mansa, fala tu.
Fala difícil, fala muito, fala dormindo...
Fala até sobre política, fala mesmo.
Fala sozinha e com muita gente ela fala.
Fala tanto, fala sério!!!
E fala, fala...
Fala pelos cotovelos, fala assim ó...
Fala no telefone, fala dos outros.
Fala bobagens, sacanagens e fala sobre signos.
Fala sobre livros, e qualquer outra coisa.
O Negócio é falar...
Fala Danda, Fala Alessandra.
Sem fala ela não é nada.
Falei!!!

Eu não sei contar...

Sim, eu sou uma idiota.
Não, eu não me convenci.
Não, não aceito derrota.
Sim, acredito que perdi...

Talvez eu esteja enganada.
Quem sabe tenha um revés.
Quem sabe na retomada,
Eu meta as mãos no lugar dos pés!

Acreditando muito em mim
Duvidava da esperteza alheia.
Como é que pode ser assim?
Preocupada com rimas, esquecida das teias...

Na métrica das quatro linhas
No som dos fins de rimas
Perdi as contas da minha vida...

Impus um novo ritmo
Ando somando e multiplicando.
Se dois mais dois resultar em um... É lucro!!!

Submeto, subverto e admito!

Enquanto penso, um contra-senso...
Um sentir intenso, atrevimento.
Neste momento, puro tormento...
Me convenço, descompenso.
Sem argumento, só sentimento...
Dúvidas, descontentamento.
Enquanto amar for evento
Não compenso, descontento.
Meu coração permanece isento
Num caminho extenso
De trajetória e vento
E na face o maior encantamento
Um amor imenso.
Tão denso que se torna o alimento
O pensamento tenso, o arremesso.
E enquanto penso...O recomeço

Nada demais...

È engraçado começar um texto, depois de passar uma tarde relendo coisas incríveis.
Lendo o que os outros escrevem me sinto assaltada das idéias.
Sinto como se alguém tivesse me plagiado, mesmo sem eu ter proferido tais palavras
Tamanha a identificação com os textos alheios
Mas o pior disso tudo, é perceber que por mais que eu tente me fazer diferente eu sou igualzinha...
Me deixo levar por traduções sentimentais em palavras com muito mais beleza gráficas que sentido.

Ninguém pode ser do outro, as pessoas deveriam ser suas, auto propriedade.
A doação não dói?
Quem disse?
Eu me dou por que quero, mas quero receber também...
Abaixo ao altruísmo velado e burro.
A gente se pega cobrando dos outros, o que é incapaz de dar.

Hoje eu to sozinha, e me peguei um pouco preocupada com isso.
Na verdade faz tempo que essa situação me incomoda.
Não necessariamente por estar só, mas por estar só agora.
É a civilização do descartável, o efêmero é fugaz e escoa, simples assim...
Acorda-se Alice atravessando o espelho e dorme-se Branca de neve, por cem anos, em seis mísera horas.
Acordo velha, meus anões crescem e me dominam.
Hoje assim, amanhã nem sei.
Sentimento? Passa com anestesia, mas sufoca quanto lateja.
Vai nascendo uma canção, um apanhado poético de exaltação.
Só não sei por quem, se é por alguém, esqueci.
Falando de amor sem a menor sapiência, pura inconseqüência, falta de crença, doença!
Eu vou fazer a nossa canção, gravar em algum lugar próximo ao coração e falarei de amor, pra não esquecer do agora.
Ontem eu não era importante?
Quem me dera poder consertar tudo o que eu fiz.
Uma chuva que lava a alma, e esconde um mito bonito de verdade crua.
Não tem sentido, a certeza não me deixa nunca mais.
Que vontade de saber, sentir e exalar o cheiro índigo da sobriedade inteligente!
Quero as quatro estações, primavera pra sorrir, outono pra pensar, verão pra trepar e inverno pra dormir.
Odiei dizer adeus, e quantas vezes eu nem disse, simplesmente fui.
Mas odiei me perceber longe e á margem.
E agora que estou aqui, e sinto que nunca saí de qualquer lugar por que nunca estive nele.
Quero uma paisagem, um quadro, um risco e muitas cores.
Nossa canção está quase pronta, mas eu não te conheço.
Acho que você é todo mundo que eu deixei, que eu conquistei e que ainda está comigo.
Insanidade sua estar comigo. Nem eu estou.
Pode me dizer por onde eu devo seguir?
A estrada é essa, com pedra?
Deveria ser plana e com um horizonte visível.
Você não sabe o que está dizendo e eu não sei o que estou querendo que você diga.
Então percebi, que na minha loucura somos muito feitos um pro outro.
Aqui nos completamos e isso merece uma comemoração, um copo de cólera pra nós.
Vou enquanto Alice cair nos braços de Morpheu, e ao me acordar perceba que sou Branca de Neve, com maçã e tudo a prova viva do meu pecado, e simplesmente não indague.
Ama-me e faça-me feliz!!!
Que haja prazer em nos conhecermos, reconhecermos e seja bem vindo a minha civilização de fadas.
Depois se eu esquecer, começo tudo outra vez.
Eu te amo muito agora, me aproveite!

A Bela Menina

Mal sabe a Bela menina, que ao acordar na manhã seguinte e se deparar com a colina verdejante, sentir o ar puro do campo, o cheiro preto do café, e o orvalho das flores, ela não estará mais lá.
Toda uma história apagada, uma trajetória inventada.
Foram sonhos de uma época de verão, as águas de março se encarregaram de fechar o ciclo.
Início, fim e meio, sem ordem.
No livro da sua história o final feliz tem ponto de exclamação
Na realidade da vida da menina, ela é bela com interrogação.
O ponto final ficou atrás das colinas. Muito reticente...
E o nexo solar passa muito próximo dos raios gramaticais...
O sentido disso tudo é só um sonho semântico.
E a Bela menina não deveria sonhar ...
Dói levantar-se e ver que a vida não foi vivida, não foi posta em prática...
Se a menina não quisesse final feliz, não teria dormido uma gramática.
Teria uma bela história... e acordado Pragmática!

Chuva, tragédias e romance.

Amanhece um dia normal que vai se transformando!
De céu claro, um sol incrível, vai surgindo uma ventania descompassada, uma neblina que cega, e a chuva que ninguém chamou, chegou poderosa e dona da situação!
Um tombo na escada.
O trabalho está um tédio.
O dia está chuvoso e amanhã é feriado!
Uma combinação quase física, onde todos os elementos estão em perfeita sintonia, e todas as suas reações são justificadas de maneira lógica e crível.
Pra mim não passa de inferno astral, só pode ser perseguição do cosmos, os anjos devem estar de mal comigo, não sei explicar!
E quanto mais descubro que não sei, mas vai me dando um desespero, medo de estar perdendo a inteligência, deixando minha meia essência inteligente cair no esquecimento, naquele vácuo ridículo que se instaura na memória!
Sem levar em consideração que quando o dia está em perfeita sintonia com o frio e a chuva, só acontecem duas coisas: tragédias e grandes romances. ( não vou considerar os engarrafamentos, os banhos de poças de água, os cabelos desconstruídos, até por que o último item cabe perfeitamente no quesito tragédia!)
Parece que estamos sempre a espera da chuva pra pararmos e pensarmos em nossa vida afetiva.(romance e tragédia – não avisei?!)
Considero isso uma derrota do meu lado inteligente, imagina, só por que está chovendo e você fica entediada em casa, ninguém te chama pra nada interessante, e você está numa TPM de dar gosto, vai ficar pensando em homem?
Isso é que é foda! Ou melhor, antes fosse...
Melhor ainda é fazer-se de amiga do homem em questão, ele não te poupa dos detalhes mais sórdidos já percebeu?
Te conta com detalhes desnecessários como andam suas conquistas, e o melhor...
Sempre faz algum comentário sobre as suas amigas, querendo sempre que você facilite um possível encontro.
IMPRESSIONANTE a capacidade desses PAQUIDERMES não perceberem que você está CRETINAMENTE interessada neles!
(desculpa gente, mas gostar de um cara assim é muita cretinice, auto-sabotagem).
Mas Sempre encontramos a justificativa perfeita: Mas éramos amigos antes, e eu não ia deixar isso acabar só por que eu me envolvi!
Conversa Fiada, tentando fazer com que boi durma? Sua vaca!!!
Você se envolveu por que tem talento pra cair no conto dos amigos que se pegam, e não se apegam, sempre cantou de galo quando se tocava no assunto sentimento
(muitos bichos, num texto tão humano!).
E agora? Vai, e agora? Faz o quê?
Escreve crônicas, conta a sua trágica história romântica em pleno inferno astral?
Quem sabe, alguém ainda se divirta com isso.
Alguém tem de fazer isso por você, achar graça dessa situação ridícula.
Ta sentindo a perna doer do tombo que levou? Bem feito!
Não devia nem ter nascido, que dirá saído da cama pra ir trabalhar, peralá Trabalhar?
Tem coragem de chamar aquilo de trabalho? Você é mesmo sem noção!
E o seu amigo do peito o comedor? Ahhhhhhhhh, já falou com o fofo?
O quê? Ele disse que as mulheres o chamam de filho da puta? Ah... coitado!
Imagina, ele só é bom de cama, bom de beijo, bom de papo, as imbecis ficam de quatro e ele é o filho da puta?
Desculpe, mas você quis brincar de amiguinha dele, aproveitou e quis provar do outro lado, e ta na maior deprê por causa disso? Ah, querida...
Conta uma história diferente, passa na locadora e aluga um filme, já alugou?
E ele disse que é muito bom, e não se convidou pra ver com você, por que talvez vá comer outra?
É assim mesmo... como eu disse em dias ou noites de chuva, ou é romance ou é tragédia... No seu caso, você ficou com a parte ruim da história Lindinha!
Quer romance? Vá ler um livro.

Idéias que nos atropelam!

Na falta do que dizer surgem idéias que nos atropelam
Palavras nunca sentidas, sentimentos nunca ditos.
Na falta do que sentir, as idéias somem.
Ser, sentir e expor.
Quase uma tarefa impossível
Enquanto eu penso, esqueço do que eu sinto, e quando estou sentindo esqueço até de pensar.
Numa roda que gira, gira.
Que me leva do topo ao chão.

Percebi o meu vazio.
Senti o abismo onde
Perco meus sentidos puros.

Perdida no vão...
A minha dor lacrimeja, minha lágrima fere, e onde meu amor é ruim.
Lá não passa o trem da calmaria, que me traz de volta.
O eixo me deixa solta demais, não me prende.

Meus olhos turvos, cobertos por um véu que mente, envenena, contamina.
A hora da virada, sou eu quem deve manipular a roda, eu quero chegar ao cume.
Quero permanecer no eixo, onde os sentimentos são fáceis, simples, e azuiz .
Apenas palavras existem no meu mundo.

E é com elas que eu quero transformar meus sentimentos...
Meus quereres!!!

Presentes...

Quero te dar o que eu sou
Não quero aceitar o que me tornaram
E acredito no que você é
Sem ser isso que você se tornou.

Queria perceber mais você
E assim gostaria que me percebesses também
Estamos aqui não é?
E por que não há ninguém?

Nem eu nem você
Ao passo que estou ao seu lado
Te vejo muito distante
Procuro entender, como pode?
Se estou aqui, como posso estar tão longe?

Não tente me entender
Não deixe de me aceitar
Eu escolhi poder te dar
Sem você ter que receber.

Eu quero você, em essência
Sem medos, pudores, dores, cru, novo, refeito, só meu, em verdade!
Quero me livrar da impaciência, da crueldade da minha vaidade.
De acreditar que no horizonte não cabe o que desejo ser, ter e conceber.
Não agüento mais não acreditar em nada, e ver meu obstáculo crescer.

Meu egoísmo consiste em ter você
Prender você no meu amor
E me permitir me enredar na sua teia
Num vício de máculas na alma.

Quero te dar o que eu me tornei
E ter de você o seu resultado
Viver na serenidade do teu espaço
E te aceitar pleno na minha intimidade

Quero abrir meus poros, deixar você entrar.
Mas não tome , eu posso te machucar.
Não me pertence o que quero dar a você
Aceite, não questione, e se quiser...
Sinta-se à vontade para devolver!!!

Palavras

As palavras mudam pessoas
Mudam os rumos, as percepções.
Somos tão dependentes, apegados as palavras.
Deixei de ler você
Esqueci de traduzir para minha língua
Teus sinais.
Não entendo o que você sente
Não ouço o que você quer
Não leio o que devo fazer
Não escrevo que amo você
Você e suas palavras
Eu sem entendê-las
Eu com as minhas palavras
Você sem percebê-las.
Eu falo, você ouve.
Eu digo, mas você não compreende.
Você escreve, eu leio muito bem.
Você pede, mas também me deixa sem.
Cada palavra dita é uma nova possibilidade.
Cada conversa perdida num fim de tarde é um alento.
Cada idéia que surge depois das frases feitas, ditas, escritas, gritadas,
Altera meu sentimento.
Palavra é coisa doída
Sentido é coisa sentida.
O que se quer?
Enfeitar? Enternecer? Apaixonar?
Sensações traduzidas, tudo errado!
Emoções despercebidas. Tudo errado!
Comer com os olhos, enxergar com o coração,
Falar pelos cotovelos, ouvir com a alma?
Responde se não é assim que deveria ser:
Errado de outro jeito, errado com outro sentido.
Errado é só palavra que denota falha.
Falha é só o que ficou vazio por ter deixado de ser.
Somos uma grande falha.
Você é uma palavra, Eu sou outra.
Somos cheios de significância e significados!
O que você significa pra mim?
Palavra que ainda não conheço!

Danda em construção

Eu sou mulher, com sangue nas veias e menstruação.
Eu fui criança, levada, inocente e acreditei em bicho papão.
Cresci e ainda acredito em assombração.

Tenho falhas, tenho medos, principalmente da solidão.
Eu sou uma festa, a própria multidão.
Sou chopp gelado, claro ou escuro, sempre na pressão.
Talvez um bagulho, subindo na contra mão.
Uma certeza, uma constatação.
Gosto de homens, eu tenho tesão.
Gosto de mulheres nelas compreensão.
Gosto de gente, não de bajulação.
Eu tenho amigos, e também tenho irmãos.
Amei pouco, mas sofri a exaustão.
Não sou de rompantes, arroubos de paixão.
Eu penso, existo, sofro, sinto, vivo, grito, choro,falo, escrevo é muita informação.
Odiava matemática, união e intersecção.
Adoro português, mando bem na redação.
Gosto do trivial, mas não sou de arroz e feijão.
Curto praia, pego sol, fujo muito do arrastão.
Gosto tanto de um batuque,e das bossas do Tom.
Rezo, viajo em poesia, valei-me meu São Drummond.
Poesia é minha forma oração.
Já chorei ao término de uma canção.
Sou multimistura, mas não sou de confusão.
Acordo cedo todo dia, trabalho, estudo, malhação.
De noite corpo cansado, jogado na escuridão...
Do meu quarto, no silêncio do seu apagão.
Fecho os olhos e divago, sobre o que deveria ter sido então.
Pego no sono e sei que os sonhos virão.
Quem manda na minha vida? Deve ser o coração.
Estou na pista, seguindo a direção.
Se certo ou errado, abro mão de opinião.
Pode ser que o barco vire, também pode ser que não.
Vou levando meu samba, e vou dando a entonação.
A verdade não existe, a mentira é invenção.
Eu sei que eu existo, prova viva da criação.
Aprendendo com o tempo a usar a tenacidade da razão.
Lendo filosofia, Nietzsche, Sócrates e Platão.
Estou me redescobrindo, Danda em construção.
Em busca do silêncio, dos barulhos, da emoção.
A menina está crescendo, tirando os pés do chão.
Em essência se mostrando, se atirando em alguns vãos.
O resultado, num próximo poema que não terminará em ão e ãos...