Tudo a puta que os pariu.

É o medo, é complexo

É o tiro sem nexo

É o erro, é reflexo.

Farra no planalto

Mãos ao alto

Se a clava da justiça fosse forte, não nos

Desafiaria em nosso leito à própria morte.

Se no penhor dessa igualdade

Conseguíssemos o berço esplêndido

Mamaríamos em teu seio, ó liberdade.

Recebendo o afeto que se encerra

Em nosso jeito varonil.

Quer ficar na pátria, livre?

No peito e na raça

Com ginga e com graça

Com samba na praça.

Num céu cor de anil...

De tantos mil és mãe gentil?

Uns filhos deste solo

São uns filhos da puta

Pela própria natureza

Que fogem da luta

E vão risonhos atrás do sol do novo mundo.

Se o teu futuro espelha essa grandeza.

Se quem trabalha é vagabundo

Quem será por nós?

Ninguém sabe, ninguém viu.

É a guerra civil?
E o direito civil?

Tudo a puta que os pariu.

Mamátria amada, tão vil!

IM' perfeita!

Imprefeita eu
Amo ser sem forma, sem fôrma
Amo inteiros e metades
Graves ou agudos
Claros e escuros.
Mitos e verdades.
Eu quero o que me move
Eu quero que me tire o norte
Sou poeira girando na tempestade.
Solta eu.
Só falta você.
Perde o medo e vem.
Imperfeita eu...
Em perfeita sintonia
Arrastada pela fantasia
Jogada no turbilhão das emoções.
Eu sinto, eu amo, eu desejo
Eu trepo, eu como, eu beijo
Eu choro, eu sofro, eu vejo.
Imperfeita eu...
Me atraio pelo que me tira o fôlego
Me rendo pela dança das possibilidades
Me prendo em som gemido no prazer
Me entendo em sussurros e olhares.
Eu quero a desordem e o caos
Me dê colo, me dê paz...
Imperfeição demais pra quem fica
Informação demais pra quem espera
Intenções demais pra quem quem engolir o mundo
Invenções do meu mundo, imperfeito.
Ele e eu!

cardiopoesia.

Eu penso em verso
Eu vejo inverso
Invejo os anjos
E voo...
Vou sozinha
A compassos
Em cantos recônditos
Percorrendo espaços.
Pulsação...
Ouço o músculo retumbante
Peço coragem, vacilo...
Vá sílaba
Vazia palavra de dor latente.
Vá, siga, tente...
Tentação.
E lá tente atentar para a
Alternativa:
Não desmoronar.
Sozinha
Não na sala vazia
Onde vejo anjos
Onde faço versos
Onde conjugo verbos
Onde inverte a via.
Onde salta a veia
Onde poesia é vida.
Onde eu penso em Améns
Sopros e réquiens.
Onde ouço meu coração
E os acordes da cárdiopretensão
De ser poeta, sozinha
Na sala vazia!