Cor : Amar é lá

E isso é raro...
E isso é lindo!
E me sinto amando...
Compreendendo, e semeando.
Amor tanto, que tudo que nasce em mim é amor.
Incondicional e até bem tolo.
Todo amor deveria ser confiável.
Os amores confiantes, que transformam o ser amado em cativado.
Sem cativeiros.
Amores livres.
O amor é plural.
Irresponsável amante, amável e amadora...
É amor por extensão que me escapa!
Amo tanto que de tanto há mar.
Há céus e cores, arcos e íris.
Flores!
Amarelas é fácil.
Dias!
Amá-los que vêm para o bem.
Te amo, Te maior.
Amor sem tamanho.

Vice-versos (leia também de baixo para cima)

Movimento
E eu escrevo as palavras
Atropelo as letras
Crio outros morfemas.
Acredito no que não é dito
Por hora, é poexitar.
Eu escrevo com letra bonita
Embelezo as palavras.
Crio então um poema.
Duvido do que não é sentido
Por agora, eu poexisto.
Eu crio a criação
Eu imito a imitação
Eu atropelo pelo ato.
Eu sou de todas as horas
Todos os tormentos
Sem timentos.
Propagados
Que se demoram
Que se perdem.
Eu faço um verso, dois...
Além do resto
O movimento intenso
Faz mover a mente.
Tido certo
Tudo bem?
Continuando...
Inverso

CasaMente.


Pendurei tuas roupas no varal
E varei a noite.
Varri as mentiras pra debaixo do tapete
Tapeei as verdades.
Abri as portas emperradas
E me enterrei numa dessas entradas.
Cozinhei o amor em fogo alto.
Quando ferveu, derramou...
Tudo se perdeu.
Troquei os lençóis sujos de ontem.
Mas não encontrei os de amanhã.
Fiquei perdida.
Achei errado...
Tua escova de dentes fugiu com meu sorriso.
A tua chave não abriu mais a fechadura
De tão mole se desfez.
A nossa casa era de areia
Veio o vento e soprou forte
Eu sem grãos, sem norte...
A geladeira fez sua parte.
Teu corpo cobertor rasgou.
Fez frio, catei o sol.
Quando nasce o dia
Morre uma noite.
Enquanto você se ia
Eu brincava de casinha...

Blues anil!

O som do sonho,
O toque do acorde.
A letra da melodia.
Eu escrevo, você toca.
Eu me toco e você canção.

Eu choro uma lágrima...
Escorre o visco da vontade.
Branco, inodoro desejo.

Um gole e outro de você.
Me engole, toma e canta.

Tome conta, fico tonta
Alcança minhas notas.
Façamos história,
Porque o resto é música!






















Moço

Não pare...
Vivo em constante mudança.
Inconstante.
Encostada nas escolhas,
Esmolas de corações.
Decorando minhas páginas.
Pagando os preços.
Pregando seus quadros.
Desfazendo os acertos,
Desatando os laços.
Desconsertando as vontades.
Disfarçando as idades.
Espelhos negando as verdades.
Não pare...
Toque mais uma Poeta...

POEXISTO!


De cacho encaixo!


Molhados e escorragadios...
Um se, um quase nada.
Questão de estilo.
Mescla de muita coisa, com o que há de vir!
Tá na cabeça.
Daí secos, formados, ricos de conteúdo.
Dentro, o vão.
Estão na idéia.
Pente fino, separação...
Lado D, Lado A.
DNA.
Dois momentos...
Tá na memória.
Longos e secos
Caminhos meus
Cortados e úmidos
Sonhos meus
Molduras...
Encara cóis...
Nada de progressões e progressivas.
Já que nem tudo é natural.
Arrepia quando provocado.
Colorido dum vermelho desbotado.
Dá a linha, o fio que rompe!
Tá no mundo...
Cresce para sempre.
Liso e solto.
Meu ser despenteado.
Apara as pontas
Para que o ponto não se perca.
Volume, sempre alto!
E todo dia nos encontramos.
Sem hora marcada, um liberta o outro
Do rabo preso, do medo de seguir...
Das trancas e tranças.
Quem diria!
A gente se conhece, e se parece.
De tanto cair, espalhados no chão branco.
Nas almofadas e roupas a gente descansa...
Eu e meus cachos.
Meus machos, minha fortaleza.
Obedeço a implicância de suas denúncias.
Amanso as feras tão angelicais,
Dessas que a chuva fina desperta a revolta,
Dessas que um cafuné resume todos os desejos.






Allardes.

* Allardes*

Penso nas coisas pra te mostrar.

Tem tanta coisa ainda.

Tenho versos pra te mandar.

Cruzar estradas, melhoras devidas.

E tudo passa...

Acho que você me acredita.

Penso tanto, e só de pensar esqueço do mundo.

Dou nó na cabeça, choro, rio e agradeço por tudo!

Pelas cores, flores e amores!

Pelos gestos.

Certos e erros.

Queria mais tempo,

Aquele que escassa...

Sem você, e só de imaginar...

Até a rima é sem graça.

Te amarrei no infinito.

Te amarei tão bonito.

Porque eu te acredito!

A cabeça esquece?

Do abraço demorado, dos beijos beijados

E daqueles silêncios que a gente agradece?

Tatuamos na alma...

Asas para libertar.

Falo tanto...

Falta o ato do encontro.

Da nossa mania incessante,

Do convívio constante

E da alegria perturbante

De se ver no outro...

Toda vez que a gente se vê!

É só nosso...O amor que transita livre em nós!

Dado conformado.

  • Se é pra jogar, que ganhe
  • Se é pra marcar que sejam as cartas.
  • Se é pra ganhar que seja meu corpo
  • Não blefe pedindo meu gozo.
  • Meu desejo talvez seja alto demais.
  • Melhor não arriscar.
  • Se prefere o orgulho, fico eu com meu desatino.
  • Se não acredita na sorte, aprecie seu momento.
  • Descarte seus tormentos.
  • Seus olhos temem os meus.
  • Gargalho...
  • Te quebro um galho e facilito
  • Quebro o gelo, e você aflito.
  • Quero guerra de travesseiro,
  • E você com seus conflitos.
  • Esquece o resto e aproveita.
  • O jogo acaba quando um ganhar...
  • Ponto pra você!

Mulher



Nossos contornos,

Nossas nuances,

Tornam-nos únicas;

Sem definições,

Sem manual.

Basta sentir...
(imagem: Kelly Stenzel)