Ter a pia

Posso abrir a torneira ?
Para jorrarem as idéias
E o registro?
Pra libertar os sentimentos
Quando vamos lavar a alma?
Alma maculada pelos anos
Água enferrujada pelos canos
Lágrimas e lástimas
Jatos de fatos e relatos.
Anote aí doutor...
Tem muita água pra rolar.
Muita mágoa pra chorar.
Onde foi que eu me perdi de mim?
Me responde doutor.
Por quais brechas os bichos entraram?
Tem coisa demais na minha caixa
Precisa esvaziar.
Ter a pia
Onde eu lavo minhas mãos.



5 comentários:

Camilíssima Furtado disse...

Esvazie sua caixa, enquanto sua poesia enche a minha alma-caixa de Pandora de vida... Suas palavras transbordam, limpam, purificam, lavam a alma, já desbotada...
Beijinhos transbordando allegr!a...

Leosoul disse...

Sempre linda, visceral...
bjos

Edu disse...

Primeiro eu amei o ritmo, me pareceu um despejo duro sem tempo pra respirar, um tiro a queima-roupra. Segundo, essa angústia de ser perder ou ter-se perdido, para mim, figura hoje, como sujeito mais calejado, um certo apego a uma representação de eu da qual vc gostava num determinado tempo. Com a velocidade de tudo, tudo muda e o seu apego, seu afeto ao que vc gostava ser permanece e só vc não vê que o tempo passou e tudo mudou. Não houve perda, houve apenas um cisma entre seu apego estético de um eu temporal e o seu eu atual talhado no fogo do tempo.

Leosoul disse...

Gosto da forma de expressar, de dartejar o mundo....
é bom expulsá-lo...
beijos querida

Mariana Mattos - Inspiralante disse...

Amei!
simples assim,
bjos
Mari