Pare de gritar senhor, preciso me escutar...
Não exponha opiniões doutor, eu preciso acreditar.
Não me fale do amor, que não podes aceitar.
Isso que me lateja é dor, e eu preciso me curar.
Faça-me um favor, deixe-me respirar...
Cada um com seu humor, tem de se aceitar.
Sendo bom ator, tens mais chances de conquistar...
Sendo bom conquistador não preciso atuar.
Tenho rimas a compor, estrofes a criar.
Não me fale do meu valor, eu sei onde ele está.
Se fores meu leitor, faço questão de autografar.
Se sou bom jogador, saberei ganhar.
Deixa-me falar amor, vá se precisa ir...
Deixa-me gritar senhor, a vida que escolhi.
Exponha-se doutor, enquanto estou aqui.
Quando me abro em flor, me planto num jardim.
Divirta-se regador, sem desabrochar de mim...
Quando me dói a dor, eu jogo assim:
Brinco, sorrio e satirizo, a condição de ser enfim
A atriz do meu tablado, grande personagem.
Correndo pelas margens alcançando a poesia.
O sentido de tudo fica atrás das rimas pobres, de quem sente de verdade.
São Despudoradas. São minhas palavras Cruas e enfeitadas. Uma em cima da outra. Subversílabas! Parindo idéias nuas, numa orgia signal. A festa das frases. Minha face, meu instante. Resultados nessa estante. Minha língua lambe os sujeitos. Converso com versos. Alimento a mente fértil. Movimento INVERSO Deleite-se! >> DeLEIA-Me (Allegr!a Em Carne e Palavras)
Espera...
Sou teu vento, que te muda direção.
Sou pingo grosso, de chuva de verão.
De quem é a chuva?
Da outra estação...
A tempestade que amedronta
O arco íris tímido do horizonte.
O amor teu que o meu confronta
Embate limpo no céu que esconde.
Não espero o frio,
Não quero o vazio entre nós.
Que vai chegar em nuvens carregadas.
Te espero na tua rua,
Batendo no portão.
Não demora, sou repentina.
Esperar me dói, então escolha.
Ficar ou ir?
Eu decido por mim.
Brincar de tempo é olhar no olho do furacão.
Prever o tempo não é saber de temporal.
Perceba que o tempo é curto, é agora.
Decidi, vou trovoar...
Dar tempo ao tempo.
Usar minhas asas enfim.
E eu te esperei...
Mesmo encoberto pela neblina.
Vou clarear o meu novo dia,
Outro sol, um céu azul.
Chuva passageira não volta.
Lembranças do mau tempo, suas...
Que vais ter de me esquecer.
Via láctea...
Foi você o meu guia,
Na subida do nosso momento.
Foi uma ladeira nova pra mim,
Cheguei a perder o fôlego.
Dessa vez subi sem você.
Senti sua falta em todos os pontos.
Em cada parada eu deixei um vestígio do incômodo.
Queria te arrancar do peito, e espalhar teus restos pelo caminho.
Estava era sentindo dor na caminhada
Angústia intensa, lágrima ácida no olho parada...
Os cheiros me lembravam teus olhinhos...
Tua imensa vontade de gritar.
Eu estava ouvindo teus sons
Teu batimento sôfrego
Teu respirar.
Vontade imensa de abraçar, encostar no teu peito.
E chorei...
Não respirava nesta sub _ ida.
Sem tua mão na descida...
Desmoronei...
Você não estava lá.
Presente ausente...
Embrulhado com laço de fita!
Doeu não ter você,
Não consegui não querer.
Acordar de sonho bom, é pesadelo.
Tão boas as nossas risadas juntos.
Atenção desatenta...
Suguei tua energia
Muito rápida e boa a sensação...
E por um instante;
Me fiz feliz.
Eu não tinha você.
Voou...
E levou a minha paz.
E me arrancou as lágrimas,
E se fez angústia...
Sinto muita falta de nós dois.
Do que ainda nem era...
Porque não era amor ainda,
Era apenas descoberta...
Agora acabou, estamos nós na superfície.
Estamos no real inimaginável
E eu só outra vez!
Esta via tem mão dupla,
Láctea e rósea...
Somos nós e nossas escolhas.
Você impediu as minhas.
A minha condição é ser cometa...
Passageira, luminosa, deixando rastro.
Quero ser estrela que não apaga!
A brilhar na imensidão azul.
E permanecer...
Ar rarefeito, seco e impuro...
Destruí a poesia no intuito de fazê-la.
Foi mesmo só minha "A culpa"?
Porque a dor eu sei que é.
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