São Despudoradas. São minhas palavras Cruas e enfeitadas. Uma em cima da outra. Subversílabas! Parindo idéias nuas, numa orgia signal. A festa das frases. Minha face, meu instante. Resultados nessa estante. Minha língua lambe os sujeitos. Converso com versos. Alimento a mente fértil. Movimento INVERSO Deleite-se! >> DeLEIA-Me (Allegr!a Em Carne e Palavras)
Insono.
Ainda assim eu não dormiria
Sua agitação atravessa o dia
E te acolhe nos sonhos
Ainda que eu estivesse acordada
A lentidão do descanso que não vem
Esperaria tua mão para entrelaçar
Teu sono tranquilo, me inquieta
Os espaços que não preencho, me abrem feridas lacunas
Dúvidas são sobras de um tempo á toa
Uma escolha - enfim...
Sombra de mim dança na madrugada
Horas perdidas
De quem muito pensa
E não faz nada!!!
Maria
Ré pleta flor
Mãos em pétala
Inspira canção.
Instiga meu dom!
Música tocando em mim
Com letra lenta e tudo
Insiste a salivar meu céu.
Arrebata alma calada
Musa melodia
Tua nuance, suave cantoria.
Tua voz
Fá lava de Mi
Notas em Si
Particular a Dó
Em silêncio leva meu Sol
Para Lá
Tão longe, me perco de mim
Ouvi...
Enfim abriu a luz
Noite essa em branco papel
De linhas azuis.
Toque gaiata - Meu eu
No sopro da gaita
Ah, menina tocante
Suave ritmo a mudar o curso
No exato instante
De se deixar partir...
Instrumento - Eu
Letras e sons
Verdades em tons
Variadas vidas de uma só
Maria nós.
Amor nasce canção.
Tudo a puta que os pariu.
É o medo, é complexo
É o tiro sem nexo
É o erro, é reflexo.
Farra no planalto
Mãos ao alto
Se a clava da justiça fosse forte, não nos
Desafiaria em nosso leito à própria morte.
Se no penhor dessa igualdade
Conseguíssemos o berço esplêndido
Mamaríamos em teu seio, ó liberdade.
Recebendo o afeto que se encerra
Em nosso jeito varonil.
Quer ficar na pátria, livre?
No peito e na raça
Com ginga e com graça
Com samba na praça.
Num céu cor de anil...
De tantos mil és mãe gentil?
Uns filhos deste solo
São uns filhos da puta
Pela própria natureza
Que fogem da luta
E vão risonhos atrás do sol do novo mundo.
Se o teu futuro espelha essa grandeza.
Se quem trabalha é vagabundo
Quem será por nós?
Ninguém sabe, ninguém viu.
É a guerra civil?
E o direito civil?
Tudo a puta que os pariu.
Mamátria amada, tão vil!
IM' perfeita!
Amo ser sem forma, sem fôrma
Amo inteiros e metades
Graves ou agudos
Claros e escuros.
Mitos e verdades.
Eu quero o que me move
Eu quero que me tire o norte
Sou poeira girando na tempestade.
Solta eu.
Só falta você.
Perde o medo e vem.
Imperfeita eu...
Em perfeita sintonia
Arrastada pela fantasia
Jogada no turbilhão das emoções.
Eu sinto, eu amo, eu desejo
Eu trepo, eu como, eu beijo
Eu choro, eu sofro, eu vejo.
Imperfeita eu...
Me atraio pelo que me tira o fôlego
Me rendo pela dança das possibilidades
Me prendo em som gemido no prazer
Me entendo em sussurros e olhares.
Eu quero a desordem e o caos
Me dê colo, me dê paz...
Imperfeição demais pra quem fica
Informação demais pra quem espera
Intenções demais pra quem quem engolir o mundo
Invenções do meu mundo, imperfeito.
Ele e eu!
cardiopoesia.
Eu vejo inverso
Invejo os anjos
E voo...
Vou sozinha
A compassos
Em cantos recônditos
Percorrendo espaços.
Pulsação...
Ouço o músculo retumbante
Peço coragem, vacilo...
Vá sílaba
Vazia palavra de dor latente.
Vá, siga, tente...
Tentação.
E lá tente atentar para a
Alternativa:
Não desmoronar.
Sozinha
Não na sala vazia
Onde vejo anjos
Onde faço versos
Onde conjugo verbos
Onde inverte a via.
Onde salta a veia
Onde poesia é vida.
Onde eu penso em Améns
Sopros e réquiens.
Onde ouço meu coração
E os acordes da cárdiopretensão
De ser poeta, sozinha
Na sala vazia!
Ter a pia
Para jorrarem as idéias
E o registro?
Pra libertar os sentimentos
Quando vamos lavar a alma?
Água enferrujada pelos canos
Lágrimas e lástimas
Anote aí doutor...
Tem muita água pra rolar.
Muita mágoa pra chorar.
Onde foi que eu me perdi de mim?
Me responde doutor.
Por quais brechas os bichos entraram?
Tem coisa demais na minha caixa
Precisa esvaziar.
Onde eu lavo minhas mãos.
Trair, atrai e são...
A mentira machuca
A mente caduca
Amante disputa
Amargo da fruta
E dói.
Acidez corrosiva
Estupidez explosiva
Lucidez decisiva.
Saber é sofrer
Ignorar é preciso
Calar é difícil
Chorar é ridículo.
Seguir é obrigação
Curar o coração
E voltar a crer...
Entre UM ser e ser a OUTRA
Melhor ficar só: Consigo.
Amar o próximo
Só depois de mim mesma!!!
Compromísseis
Na feira das vaidades, pó.
No mercado negro, êxtase...
Quanto vale o produto?
Preço por pessoa
Frustrações.
Fruto de escolha
Furo de agulha
Alucinações.
Confeitos doces
Confessas mentiras
Uma nota de três
Vale a troca
Coloca lá na boca
Todos no alvo.
A pé ou a salvo
Hora da corrida
Tiro da bala perdida
O papel da sorte.
Qual vai ser?
O que vai querer?
Tem de cinco e tem de dez
Mil réis pelos fatos
Nesse balaio de ratos
Não tem Deus
Não tem herói
Tem a ferida que dói
Amém tira da fé e salvação
Cega as miras
Calma aí meu irmão...
Parecem fogos de artíficio
Invadindo o céu
Fazendo barulho
Qual é a desse bagulho?
Daqui da janela
Vejo nela
O buraco feito
Se fosse no teu peito
Não tinha mais comércio.
Não tinha doce na venda
Não tinha bala no tambor
Não tinha pó nas fileiras
Nem caro, nem barato.
Nada dessa viagem.
Nada dessas palavras...
Mas que nada
Mas que droga...
Palhas e palhaçadas!
Salta o vício latejante
Uma saudade constante.
Cada situação...
No cio ou no circo
Personagens coerentes
Pendurados por correntes
Prazer e riso...
Quero brincar de estar feliz
Sendo dona do meu nariz
Tecendo rima
Cosendo encantos
Por cima dos panos
Feitiços e feições
Contos e contorções
Gozo e gargalhadas.
Na boa ou à toa
Prefiro você aqui
Mesmo sem poesia.
Nada desses hiatos
Desencontros chatos
E palavras ardis.
Quero sonhos
Quero sanhas
O maior espetáculo da terra...
cir_sense
Salta o vício latejante
Uma saudade constante.
No cio...
E no circo
As graças pertinentes
Personagens coerentes
Perigos envoltos na teia consistente...
Na boa ou a toa
Prefiro você aqui
Mesmo sem poesia.
Nada desses hiatos
Desencontros chatos
E palavras ardis.
Quero brincar de estar feliz
Sendo dona do meu nariz
Tecendo rima
Cosendo encantos
Por cima dos panos
Lonas e picadeiros
Por baixo dos planos
Óbvios e certeiros.
Vamos nos divertir...
Voce me obedece e seguimos o fluxo
Façamos o maior espetáculo da terra.
Volto Logo!
Olhos acostumados
Idéias transitáveis
Lágrimas vacilantes
Medo da lucidez e das respostas.
Fuga.
Busca constante, instigo, investigo, invisto
Sem me acostumar a coisa alguma.
Prisioneira de escolhas involuntárias
Feitas no susto.
Seguindo o fluxo.
Revolta,
Reviravolta.
Se vira e não há volta
Respira e abre o peito
Confronto.
Não quero consolo
Apenas conforto.
Com sorte
Corro o risco de levar a vida
numa máquina sem manual.
A máquina corre atrás de mim.
A mágoa me aventura no ilícito
Negligenciando regras e convenções.
Não arrisco inovações.
Minhas verdades são relativas,
Resultados inexatos da minha equação
Pregando a teoria do meio termo lá vou eu.
Em gráficos e cicatrizes.
Não ao COMPROMETIMENTO.
Elegíveis super-heróis de vidro
Inexistentes.
Crença que machuca.
Quem estará lá por mim?
O por vir me pega pela mão
Me deixo levar estagnada.
Na cara estampada
A noção de nada.
Angústia represada
Lágrimas de infância ainda não choradas.
Quem vai pagar por isso?
Na confusão confiável do inconsciente cobrador?
Onde está a luz da expansão e clarividência?
Oh Céus...
E agora quem poderá me defender?